História

Conflitos Republicanos

Conflitos republicanos

No Brasil, a monarquia foi extinta em 15 de novembro de 1889. Isso ocorreu depois de um golpe liderado pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892), que proclamou a República e formou um governo provisório. Na aula que está no slide logo abaixo veremos as principais revoltas e conflitos que aconteceram neste período. Veja as ilustrações e depois continue com a leitura logo abaixo do slide.

Para entender esse processo, podemos estudar o papel desempenhado por líderes como Deodoro da Fonseca, Benjamim Constant (1836-1891), Quintino Bocaiúva (1836-1912) e Silva Jardim (1860-1891), sem falar de outras pessoas que compunham o Exército e o Partido Republicano. Podemos estudar também a influência dos ricos cafeicultores, dos militares e dos profissionais liberais na vida política da época. Como você vê, são vários os caminhos que podem ser trilhados em uma pesquisa histórica.

Quintino Bocaiuva Partido RepublicanoAlguns historiadores defendem que o povo ficou ausente do processo de formação da República no Brasil. Mas seria possível ficar ausente das organizações e das mobilizações políticas? Esse questionamento revela a existência de conflitos e de diferentes modelos no processo de implantação do regime republicano, como vemos a seguir:

  •    Modelo liberal: para muitos políticos de províncias como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a República deveria ser liberal, descentralizando o poder político com a implantação do federalismo. Esses políticos esperavam chegar ao poder garantindo a autonomia dos estados (novo nome dado às províncias do tempo do Império). Tal autonomia possibilitaria aos governos estaduais, por exemplo, decidir que atividades econômicas seriam incentivadas, fazer empréstimos diretamente no exterior, ficar com a maior parte dos impostos arrecadados e organizar uma polícia própria.
  •    Modelo positivista: um grupo numeroso de militares temia que a autonomia dos estados levasse à fragmentação do território brasileiro. Por isso, defendiam a implantação de um poder Executivo forte e centralizado. Influenciados por uma corrente filosófica chamada positivismo, esses militares consideravam-se o grupo mais preparado para assumir o poder. Consideravam, também, que eram os mais capazes de representar os interesses públicos e impedir que os grandes fazendeiros usassem o Estado em defesa de interesses particulares. Veja a aula Positivismo no Brasil.
  •    Modelo jacobino: militares de baixa patente, funcionários públicos de médio escalão, pequenos comerciantes, jornalistas, escritores e outros profissionais liberais (a chamada baixa classe média) formavam os setores mais politizados nas maiores cidades brasileiras. Para muitos deles, a República deveria garantir as liberdades de expressão e associação e ampliar a participação popular nas decisões políticas. As pessoas que faziam parte dessa corrente política foram chamadas, pelos adversários, de jacobinosnuma referência à vertente radical popular da Revolução Francesa. Os jacobinos brasileiros pregavam o fim do voto censitário e da influência dos estrangeiros, em especial dos portugueses, que dominavam boa parte do comércio no Brasil.

Tanto os civis liberais quanto os militares positivistas não estavam muito interessados em que o governo republicano permitisse a participação popular. Na visão deles, os brasileiros comuns não estavam preparados para exercer a cidadania. Entre esses “despreparados” incluíam–se os ex escravos, recém libertados em 1888.

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