As Fronteiras da Europa
Os limites orientais do continente europeu foram definidos por uma linha imaginária que tem como referência os montes Urais, o rio Ural e o mar Cáspio ao leste. Ao sul, os limites foram estabelecidos pelas montanhas do Cáucaso e pela costa do mar Negro até os estreitos de Bósforo e Dardanelos. Desse ponto para oeste estende-se o mar Mediterrâneo, e, após a passagem do estreito de Gibraltar, o oceano Atlântico estabelece os limites continentais.
A configuração territorial da Europa é caracterizada pela presença de grandes penínsulas (Escandinávia, Ibérica, Itálica e Balcânica) e de mares (Mediterrâneo, Negro, Cáspio e Báltico). Acrescente-se ainda grande quantidade de penínsulas secundárias, extremidades, estreitos, golfos e baías.
Na parte ocidental do continente, qualquer lugar está, no máximo, a 250 km do mar, enquanto na parte oriental, principalmente na Rússia, as distâncias da costa chegam a mais de 1.000 km. Essas características facilitam o transporte, sobretudo o acesso à navegação nos oceanos e mares, além de exercer forte influência sobre o clima.
As áreas mais próximas dos oceanos apresentam climas amenos, sobretudo na fachada atlântica, influenciada pela corrente marítima quente do golfo. A posição da Europa, entre as latitudes médias e altas do hemisfério norte, é outro elemento importante para a definição de suas características climáticas.
Em função disso, os climas mais importantes da Europa são o mediterrâneo, o temperado úmido do oeste e o temperado continental. Também encontramos em algumas áreas os climas frios de montanha e, ao norte, os climas polar e subpolar.
As fronteiras políticas da Europa
A delimitação do continente europeu e a estruturação interna de suas fronteiras políticas fazem com que, além da Rússia, o Cazaquistão e a Turquia apresentem parcelas de seus territórios tanto no continente europeu quanto no asiático, como já foi mencionado no capítulo 4.
O processo de constituição das fronteiras políticas dos países europeus deu-se a partir dos séculos XI e XII, quando diferentes reinos isolados iniciaram processos de unificação, resultando, já no final do século XIV e principalmente ao longo do século XV, na formação de países como Portugal, Espanha, Inglaterra e França, alguns dos primeiros a se constituírem.
Vários países surgiram no Leste Europeu, tanto em consequência do desmembramento das antigas repúblicas que até 1991 integravam a extinta União Soviética quanto por causa de divisões territoriais. É o caso da antiga Tchecoslováquia, que, já em 1992, deu lugar a dois novos países: a República Tcheca e a Eslováquia.
Essa grande mobilidade das fronteiras dos países europeus revela a dificuldade
relação aos dois grandes sistemas dominantes.
Com a derrubada do Muro de Berlim, a extinção da URSS e o fim dos países socialistas na Europa, as diferenças nacionais e o desnível econômico e social entre os países vieram à tona com mais intensidade.
Alguns deles, como a maior parte das ex repúblicas soviéticas ou a antiga Tchecoslováquia, solucionaram mais rapidamente os seus conflitos. Outros envolveram-se em guerras longas e violentas, a exemplo das repúblicas iugoslavas.
Em nossa seção de Geografia há outras que podem complementar estas aulas.
de agrupar, em um território comum e sob um comando político unificado, populações que apresentam grandes diferenças culturais, políticas e econômicas.
Há pouco tempo, essa diversidade era caracterizada simplesmente pela distinção de dois grandes blocos de países, que se organizavam de maneira completamente diferente: os socialistas do Leste e os capitalistas do ocidente europeu. No interior desses blocos, as particularidades de cada país eram minimizadas e subordinadas pelo alinhamento político do país em
Uma parte dos países do Leste Europeu ainda enfrenta crises políticas e econômicas. Parcelas significativas de suas populações sofrem as consequências do desemprego, da falta de moradia e dos baixos salários.
As diferenças econômicas e sociais podem ser observadas no conjunto dos países europeus, mas é inegável que a maioria dos países do Leste apresenta uma situação mais grave. Confira no quadro alguns dados econômicos e sociais de países europeus e note que não são pequenas as diferenças entre eles.
Diferenças econômicas e sociais entre alguns países europeus (2005)
País | PIB
– PPP (US$) |
PIB per capita (ppp míi) | Usuários de Internet
(por 100 pessoas) |
Consumo de energia
(kg de equivalente petróleo per capita |
Alemanha | 2.519 | 31 | 43 | 4.180 |
Reino Unido | 1.930 | 32 | 57 | 3.884 |
França | 1.877 | 31 | 43 | 4.534 |
Suécia | 288 | 32 | 76 | 5.782 |
Polônia | 507 | 13 | 33 | 2.436 |
Dinamarca | 184 | 34 | 53 | 3.621 |
Grécia | 319 | 29 | 18 | 2.790 |
Portugal | 205 | 19 | 27 | 2.575 |
Irlanda | 135 | 32 | 34 | 3.676 |
República Checa | 197 | 19 | 27 | 4.417 |
Hungria | 161 | 16 | 30 | 2.752 |
Estônia | 22 | 16 | 51 | 3.786 |
Os países do antigo bloco socialista ou do Leste Europeu têm passado por um processo de adaptação e reconstrução das suas economias, das instituições políticas e, também, da solução dos conflitos e diferenças nacionais que permaneceram sufocados durante todo o período em que esses países estavam submetidos à União Soviética. Tendo enfrentado essas questões após o abandono do modelo socialista, uma parte desses países tem orientado suas políticas no sentido de se integrar à União Europeia (UE).
A realidade europeia apresenta uma série de aspectos que dotam de particularidades os seus territórios. Vejamos mais alguns deles, antes de analisarmos suas articulações políticas.
Deixe seu comentário sobre o que achou da aulas As Fronteiras da Europa.
É possível fazer download do slide