Biologia

Filo Mollusca – características, classificação, reprodução, importância

MOLUSCOS

Olhar as imagens desse prato pode abrir o apetite de muitas pessoas. Você os reconhece? Já saboreou algum? Se sim, qual foi e o que você achou?

Os moluscos são usados como alimento pelos seres humanos há milhares de anos. Provavelmente, os primeiros habitantes das regiões litorâneas tinham como fonte de alimento os mexilhões, um tipo de molusco que hoje pode ser servido como na fotografia acima.

Estudando este capítulo, você saberá mais sobre esse grupo de animais e conseguirá dizer a que grupos pertencem.

ANCESTRAL COMUM DE MOLUSCOS, ANELÍDEOS E ARTRÓPODES

Observando a filogenia do reino Metazoa representada na árvore filogenética a seguir, você pode perceber que os filos dos moluscos, dos anelídeos e dos artrópodes apresentam um ancestral em comum mais recente, o que os torna mais aparentados entre si.

Neste e nos dois próximos capítulos, estudaremos esses filos de animais, que incluem as mais diversificadas espécies de todo o reino Metazoa.

Estrutura dos moluscos

O corpo dos moluscos podem ser  divididos basicamente em três partes: região cefálica (cabeça) e massa visceral e pé.

O pé é uma estrutura musculosa e, dependendo da espécie considerada, é especializado na locomoção por deslizamento (caramujos), natação (polvos) e até escavação (mexilhões).

Entre os moluscos há espécies carnívoras, como polvos e lulas, animais predadores, e também espécies herbívoras e onívoras, como os caramujos.

A maioria dos moluscos obtém os alimentos graças a uma espécie de “língua raladora”, localizada no interior da boca, chamada rádula (do latim rádula = pequeno raspador). A rádula raspa o alimento e o transforma em pequenas partículas, que são então engolidas.

Há moluscos que não apresentam rádula – é o caso dos mexilhões e ostras, que são filtradores e se alimentam retirando partículas de matéria orgânica e plâncton diretamente da água.

Na cabeça desses animais localiza-se o sistema sensorial, que em alguns moluscos é bastante desenvolvido, com olhos, tentáculo e boca. As lulas e os polvos, por exemplo, apresentam olhos capazes de formar imagens, o que facilita seu hábito predador e os movimentos de fuga.

Na massa visceral dos moluscos, existem:

■ sistema digestório completo, formado por boca, estômago, intestino e ânus;

sistema respiratório, que pode apresentar pele, brânquias e pulmões primitivos. Lesmas terrestres e algumas lesmas do mar respiram pela pele. Espécies aquáticas respiram por brânquias, órgàos respiratórios capazes de retirar o oxigênio dissolvido na água. Em algumas espécies terrestres, existem pulmões primitivos, como nos caracóis.

sistema circulatório, órgãos como coração e vasos associados a ele. São responsáveis, respectivamente, pelo bombeamento e circulação do sangue. Essa aquisição evolutiva ainda não havia surgido nos grupos estudados anteriormente.

Alguns moluscos, como os polvos e as lulas, além da rádula, apresentam um grande par de mandíbulas que formam um bico com formato semelhante ao do bico de um papagaio. Por meio das mandíbulas, esses moluscos capturam seus alimentos, que podem ser pequenos peixes, caranguejos, camarões, siris, entre outros.

Lulas e polvos capturam suas presas com os tentáculos e as levam até a boca, onde elas são cortadas em pedaços pelas mandíbulas e raladas pela rádula.

Reprodução

Os moluscos se reproduzem sexuadamente.

Lulas, polvos, mariscos e mexilhões são exemplos de espécies dioicas, isto ér que apresentam sexos separados.

Já na maioria dos caramujos e caracóis, os indivíduos são hermafroditas. Isto quer dizer que o mesmo animal é capaz de produzir gametas masculinos e femininos.

Na reprodução dos moluscos hermafroditas, como nos caracóis, a cópula é recíproca, ou seja, dois animais sexualmente maduros se aproximam e cada um introduz seu pênis na abertura genital do parceiro. Dessa forma, os espermatozóides de um são introduzidos no outro e vice-versa, durante a cópula. Terminada a cópula, os dois animais se separam e dentro de cada um deles ocorre a fecundação cruzada (encontro de gametas masculinos, os espermatozoides, com femininos, os óvulos), quando então formam-se os ovos. Estes são liberados no ambiente, se desenvolvem e originam caracóis jovens

PRINCIPAIS GRUPOS DE MOLUSCOS

Os três principais grupos de moluscos são: gastrópodes, cefalópodes e bivalves.

Gastrópodes

O termo gastrópode (do grego gaster = ventre, estômago; podos = pés) se refere ao fato de esses animais apresentarem suas vísceras, entre elas o estômago, próximo ao pé.

Esse grupo é o mais diversificado em espécies e hábitats, sendo encontrado em ambientes aquáticos e terrestres úmidos. Em geral, apresentam apenas uma concha que se enrola sobre si mesma, como os escargots, mas espécies, como as lesmas, que não têm concha.

Cefalópodes

O termo cefalópode (do grego kephalos = cabeça; podos = pés) indica que, nesses animais, pés modificados em tentáculos partem diretamente da cabeça. Os tentáculos, que podem apresentar ventosas, são usados na locomoção e captura de presas.

Cefalópodes são animais restritos ao ambiente marinho. Há representantes com concha externa {Nautilus sp.), com concha interna bem reduzida (lulas e sépias) e sem concha (polvos).

Muitos cefalópodes, como polvos, lulas e sépias, apresentam mecanismos de defesa contra predadores. Um exemplo é a capacidade de mudar a coloração do corpo, camuflando-se no ambiente, Outro exemplo é a liberação de uma tinta escura na água, confundindo o perseguidor.

Bivalves

Os bivalves são moluscos que apresentam duas conchas. Essa característica deu origem ao nome do grupo (do latim bi= dois; valva = tampa).

Os bivalves apresentam a cabeça reduzida ou praticamente inexistente, Todos são animais aquáticos alimentando-se de partículas orgânicas e organismos microscópicos em suspensão na água, sendo, portanto, filtradores.

A maioria dos bivalves habita o ambiente aquático e vive fixa a rochas, mas também ocorrem os livres natantes, como os péctens.

 

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