Classe das Aves – Evolução, classificação, características e diversidade
Certamente, você consegue reconhecer uma ave, pois já deve ter visto muitas delas, com diferentes aspectos, tamanhos e cores. Você também conhece algumas características típicas das aves. Comumente, associamos as aves ao voo, mas será que todas elas conseguem voar? E as que voam, como fazem para voar? As aves podem nadar? Ao olhar essas imagens, você pode estar se perguntando: “Como o grupo das aves atuais pode estar, evolutivamente, tão próximo dos dinossauros?”. Converse e discuta com seus colegas sobre como vocês responderiam a essas perguntas.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS AVES
A característica considerada exclusiva do grupo das aves é a presença de penas. A pena é uma estrutura formada nas camadas mais internas da pele das aves e recobre praticamente todo o seu corpo. O principal constituinte das penas é a queratina, a mesma substância existente nas escamas dos répteis.
A existência de espécies desse grupo de animais em diferentes ambientes também está relacionada à presença de penas, que auxiliam a manter a temperatura do corpo constante (são endotérmicos), auxiliam no voo e permitem a camuflagem.
Todas as aves têm penas, mas nem todas voam, como a ema, o avestruz e o pinguim.
Adaptações para o voo
O corpo das aves que voam apresenta diversas adaptações.
Ao contrário das asas de um avião, que são fixas, as asas das aves permitem o movimento. Ao alterar sua forma, sua posição em relação ao corpo e o seu tamanho, a ave consegue mudar sua velocidade e direção de voo, bem como aterrissar e decolar.
Algumas adaptações para o voo: a presença de asas, a forma aerodinâmica do corpo, o tipo de ossos que compõem seu esqueleto e a existência de sacos aéreos ligados aos pulmões. Vamos analisar essas adaptações.
Aves voadoras, como gaviões, pombas, urubus e garças, têm o corpo alongado. Diz-se, então, que seu corpo é aerodinâmico, ou seja, seu formato ajuda a diminuir a resistência oferecida pelo ar, economizando energia e facilitando o voo.
Os ossos das aves – chamados ossos pneumáticos – são mais porosos do que os dos demais vertebrados; consequentemente, o corpo das aves tende a ser mais ‘‘leve”, adequado ao voo.
Os pulmões das aves são diferentes dos observados nos demais vertebrados. Existem, ligadas aos pulmões, estruturas chamadas de sacos aéreos, que participam da respiração. Esses sacos se enchem de ar, diminuindo a densidade do animal e facilitando o voo. Dessa forma, os animais se tornam mais “leves” (menos densos).
Reprodução das aves
Todas as aves apresentam fecundação interna e são ovíparas, isto é, botam ovos. Elas têm grande cuidado com os ovos e com os filhotes.
Em diversas espécies, existe dimorfismo sexual, ou seja, machos e fêmeas de uma mesma espécie têm aspecto diferente.
CLASSIFICAÇÃO DAS AVES
A classe das aves é dividida em dois grandes grupos:
- as aves que não voam, chamadas ratitas;
- as aves que voam, chamadas carenadas, nome que se origina da presença da carena, estrutura óssea onde se inserem os fortes músculos relacionados ao voo.
Como vive um pinguim?
Os pinguins habitam as águas frias do Hemisfério Sul e são excelentes nadadores, apesar de terem perdido a capacidade de voar são carenados. Eles passam boa parte da vida dentro da água, em busca de peixes para se alimentar. Suas asas são modificadas em forma de remo. Permanecem em terra firme por mais tempo apenas na época reprodutiva, para acasalar, botar ovos e cuidar dos filhotes.
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA E ECONÔMICA DAS AVES
Diversas situações exemplificam o papel ecológico das aves, como sua participação no processo de polinização e de dispersão de sementes.
O sabiá-do-campo, por exemplo, se alimenta de insetos e frutos silvestres. As pequenas sementes dos frutos que ingeriu passam pelo seu sistema digestório e são eliminadas inteiras, com suas fezes; as maiores são regurgitadas (expulsas pela boca). Essas sementes costumam germinar nos locais em que o sabiá as deixou.
As aves conhecidas como urubus são um exemplo bem interessante. Eles são geralmente associados à ideia de sujeira, ou então a azar ou mau agouro. Na verdade, a importância dessas aves para o ambiente é muito grande, pois são animais necrófagos (do grego nekros = morto; phago = comer), isto é, que se alimentam de animais já mortos. Dessa forma, estima-se que sejam responsáveis pela eliminação de 95% das carcaças de animais dispostas no ecossistema.
A importância econômica das aves também é conhecida. Há inúmeros criadouros de aves para abate e granjas para produção de ovos. No Brasil o peru, originário da América do Norte, é criado em grande escala, principalmente no estado de Santa Catarina.
O consumo de perus acontece o ano todo e há vários produtos derivados, como o peito de peru defumado e o hambúrguer. A produção brasileira de peru hoje é de cerca de 120 mil toneladas por ano.
No entanto, deve-se considerar também os impactos ambientais e os problemas éticos que estão envolvidos na criação de aves para abate. Os impactos ambientais estão relacionados aos resíduos gerados com grande quantidade de minerais e de bactérias. A decomposição dos resíduos gera gases de odor forte e pó fino, prejudiciais à saúde, além de atrair insetos e roedores. Contornar esses impactos envolve aproveitar esses recursos minerais e isso não é simples de ser feito. Os problemas éticos são muito comuns em granjas, pois a forma de acondicionamento e abate podem gerar desconforto, dor e sofrimento nos animais e podem causar doenças em humanos. Existem protocolos a se seguir como forma de diminuir esses problemas e se manter o bem-estar das aves e dos granjeiros.
Resumo da aula Classe das Aves – Evolução, classificação, características e diversidade
- relação evolutiva entre aves e répteis.
- A diversidade das aves.
- As principais adaptações das aves para o voo.
- Exemplos da importância ecológica e econômica das aves.