Movimentos Vegetais – Tropismo, tactismo e nastismo
Os movimentos das plantas, sutis quando comparados aos dos animais, são respostas aos estímulos externos (gravidade, luz, temperatura e estímulos mecânicos), em geral associados com a reprodução e o crescimento.
Classificam-se em três categorias:
- Tactismos: movimentos com deslocamento.
- Tropismos: movimentos sem deslocamento e irreversíveis.
- Nastismos: movimentos sem deslocamento e reversíveis.
Tactismos
Tactismos são movimentos de deslocamento, exibidos por células (gametas), orga-noides celulares (cloroplastos), moléculas (AIA) e microrganismos (algas, bactérias), causados e orientados por estímulos externos, tais como luz e compostos químicos.
Se o deslocamento ocorrer no sentido de aproximação da fonte estimuladora, o tactismo é positivo; se o deslocamento acontecer afastando a estrutura do estímulo, é negativo.
Alguns exemplos de tactismos:
- O deslocamento dos cloroplastos das células das folhas de certas plantas, no sentido da face mais iluminada (fototactismo positivo).
- O movimento das moléculas de auxinas (AIA), no interior da planta, no sentido da face menos iluminada do caule (fototactismo negativo).
- O deslocamento dos anterozoides (gametas masculinos), em meio líquido, aproximando-se da oosfera (gameta feminino), que libera substâncias químicas atrativas (quimiotactismo).
Tropismos
Tropismos são movimentos irreversíveis realizados pela planta durante seu crescimento, em resposta a estímulos externos, como gravidade, luz e estímulos mecânicos ou químicos. Assim como os tactismos, os tropismos também se classificam em positivos e negativos.
Veja alguns exemplos de tropismos:
- fototropismo positivo: quando o caule se curva rumo a uma fonte de luz que o atinge um lado do vegetal.
- fototropismo negativo : o movimento da raiz ao lado oposto da luz do mesmo estímulo.
- geotropismo negativo: o crescimento do caule ficando cada vez mais alto
- geotropismo positivo: a penetração da raiz solo abaixo.
- tigmotropismo:O enrolamento de gavinhas de maracujá chuchu e videira em torno de suportes de madeira ou de outro material
- quimiotropismo: O crescimento do tubo polínico rumo ao saco embrionário nas flores de angiospermas, atraído quimicamente.
Nastismos
Nastismos são movimentos reversíveis e sem deslocamento, que não se orientam em relação à fonte do estímulo. Verifica-se nastismo nas folhas de plantas carnívoras (figura 3a) e em folíolos de mimosa (dormideira ou sensitiva, espécie Mimosa pudica), que se movimentam quando estimulados mecanicamente pelo toque (figuras 3b e c).
Também são nastismos os movimentos de folhas (como as da maioria das leguminosas) e flores (como as de vitória-régia e as de onze-horas), que respondem a variações de luminosidade. As folhas assumem posição horizontal durante o dia e abaixam-se à noite; as flores abrem-se durante o dia e fecham-se à noite.
FOTOPERIODISMO E FLORAÇÃO
Nas fanerógamas, todas as etapas da reprodução ocorrem nas flores, resultando na formação de sementes e frutos. Entre essas etapas, destaca-se a floração, que sofre influência do fotoperíodo. Algumas plantas, como o tomateiro, florescem em qualquer época do ano, desde que tenham atingido certo tamanho. Entretanto, há plantas que só florescem em determinada época, que varia de uma espécie para outra.
Até há algum tempo, acreditava-se que a indução da floração estivesse relacionada à exposição a determinado número de horas diárias de iluminação. Atualmente, porém, sabe-se que este fenômeno depende do tempo de exposição a um período contínuo de escuridão.
A duração do período de obscuridade capaz de induzir a floração pode ser determinada experimentalmente. Para isso, diversas plantas de uma espécie devem ser submetidas a diferentes períodos alternados de iluminação e escuridão: um grupo permanece 24 horas no escuro; um segundo grupo recebe 1 hora diária de iluminação e 23 horas de escuridão; um terceiro, 2 horas de iluminação e 22 horas de escuridão; assim por diante, até que o último grupo de plantas seja iluminado 24 horas seguidas, todos os dias. Após um período de tempo, alguns grupos de plantas florescerão e outros não.
0 fotoperíodo que marca a diferença entre a indução de floração e a não indução é denominado fotoperíodo crítico, o qual define uma classificação para as plantas
- Plantas indiferentes (ou plantas de dia neutro). Aquelas cuja floração independe do fotoperíodo. Exemplos: o tomateiro, o milho e o arroz.
- Plantas de noite curta (ou plantas de dia longo, PDL). Aquelas cuja floração é induzida por fotoperíodo igual ou superior ao fotoperíodo crítico. Exemplos: o trigo, o espinafre, o craveiro e o rabanete.
- Plantas de noite longa (ou plantas de dia curto, PDC). Aquelas cuja floração é induzida por fotoperíodo igual ou inferior ao fotoperíodo crítico. Exemplos: o morangueiro, o tabaco, a soia, a violeta, o feijoeiro e o cafeeiro.