Biologia

Classe Peixes – classificação, evolução características gerais

PEIXE, UM ANIMAL AQUÁTICO

Os peixes são animais adaptados à vida aquática.Essa adaptação pode ser percebida pelas seguintes características:

  • formato hidrodinâmico do corpo, que geralmente é fino e alongado, o que facilita seu deslocamento na água;
  • pele rica em glândulas que produzem muco, facilitando o deslizamento do animal, por diminuir seu atrito com a água;
  • presença de nadadeiras (barbatanas), cujas funções são impulsionar, dar equilíbrio e trazer estabilidade à natação;

Quase todas as espécies de peixes têm escamas cobrindo o corpo. Além de o protegerem, elas também diminuem o atrito do animal com a água durante o deslocamento do peixe.

Os peixes podem ser divididos em dois grupos: aqueles que têm esqueleto ósseo e os que têm esqueleto cartilaginoso.

Os esqueletos ósseos apresentam cálcio em sua composição. Os esqueletos cartilaginosos são formados por cartilagens, um material flexível e resistente do mesmo tipo que temos na ponta do nariz e nas orelhas.

Peixes cartilaginosos

Existem peixes com couro?

Você já pode ter ouvido falar nos peixes conhecidos popularmente como ‘‘peixes de couro”. Apesar do nome, esses peixes não têm um “couro’: igual ao dos mamíferos. Na verdade, eles têm escamas pequenas ou pequenas placas ósseas, e a superfície do corpo apresenta um aspecto de “couro”. Poucos peixes não têm escamas, como é o caso dos bagres.

Os peixes cartilaginosos ou condrictes (do grego khóndros = cartilagem; ikhthús = peixes) têm como representantes mais conhecidos os tubarões e as raias (ou arraias).

A seguir, estão as principais características dos condrictes:

  • os peixes cartilaginosos apresentam de 5 a 7 pares de fendas branquiaís, não revestidas por opérculos;
  • sua boca costuma estar em posição ventral (voltada para baixo);
  • têm pele revestida por escamas com minúsculas saliências;
  • a reprodução é sexuada e a fecundação é interna, isto é, o macho coloca os espermatozoides dentro do corpo da fêmea.

A imagem a seguir mostra as principais estruturas externas de um tubarão, com destaque para as fendas branquiais (ou brânquias), a boca ventral e as nadadeiras.

Em geral, tubarões são ágeis na água e apresentam grande capacidade de perceber o ambiente. Seu olfato desenvolvido é capaz de detectar pequenas quantidades de sangue a até 300 metros de distância; percebem vibrações na água e: por isso, podem sentir presas até 600 metros de distância; e têm boa visão, inclusive noturna.

Muitas espécies de tubarões, como o tubarão–martelo, estão ameaçadas de extinção, tanto pela sua pesca (a carne é apreciada por muitas pessoas) como pela poluição dos oceanos e diminuição dos cardumes dos quais eles se alimentam. Seu papel como predadores na teia alimentar marinha é fundamental para a manutenção do equilíbrio das populações desse ambiente. Algumas espécies, como o cação-bagre, apresentam espinhos venenosos, muito perigosos.

As raias (ou arraias) têm o corpo achatado, com nadadeiras peitorais muito desenvolvidas, no formato de asas. Sua cauda, geralmente fina, pode ter ferrões usados para sua defesa. Esses ferrões podem apresentar veneno bastante tóxico, como na raia–prego, que tem o potencial de matar uma pessoa em caso de acidente. Existem espécies marinhas e de água doce.

Os tubarões–martelo incluem cerca de 10 espécies diferentes que vivem em águas pouco profundas. São vorazes predadores e costumam deslocar-se em bandos. Chegam a 6 m de comprimento e podem ter 400 kg.

Peixes ósseos

As cerca de 20 mil espécies de peixes ósseos, ou osteíctes (do grego ostéon = ossos; ikhthús = peixes), habitam todos os ambientes aquáticos do planeta Terra.

Suas principais características são:

  • apresentam um opérculo protegendo as brânquias;
  • sua pele é recoberta por escamas finas e arredondadas sobrepostas umas às outras como as telhas de um telhado;
  • boca é voltada para a frente;
  • têm duas finas linhas ao longo do corpo, chamadas linhas laterais. A linha lateral é uma estrutura sensorial que atua na percepção do ambiente, desde velocidade e direção das correntes até vibrações na água. As escamas que a recobrem apresentam poros no centro, por onde a água penetra;
  • na maioria dos peixes ósseos a fecundação é externa, isto é, o macho lança os espermatozóides na água sobre os óvulos também lançados na água pela fêmea.
  • uma bexiga natatória (bolsa interna e flexível) é a principal estrutura para controlar a flutuação do peixe.

A bexiga natatória permite aos peixes ósseos permanecerem em determinadas posições na água – mais acima ou mais abaixo – sem necessariamente movimentar suas nadadeiras. Os peixes cartilaginosos não têm bexiga natatória. Eles conseguem ficar parados na água sem afundar porque seu organismo apresenta características especiais, como acúmulo de óleo no fígado, o que facilita a flutuação.

Há peixes ósseos venenosos e peçonhentos, ü baiacu, por exemplo, é bastante conhecido pelo hábito de inflar o corpo quando ameaçado. Em sua carne há uma substância bastante tóxica e o consumo desse peixe pode ser muito perigoso ao homem, podendo levar uma pessoa ao óbito. Outro exemplo interessante é o peixe-leão, muito vistoso e colorido, que têm veneno em suas nadadeiras dorsais e pode causar acidentes com humanos.

Os Peixes Pulmonados

Em alguns peixes de água doce, a bexiga natatória é ricamente vascularizada, isto é, ao redor dela passam muitos vasos sanguíneos. Essa estrutura faz o papel de um pulmão, promovendo as trocas gasosas do corpo.

O peixe vai até a superfície da água e “engole” o ar. que é conduzido até esses pulmões. Há poucas espécies de peixes pulmonados, entre eles a piramboia, que habita alguns rios amazônicos e o Pantanal.

A piramboia (Lepidosiren paradoxa, 1,5 m de comp.) vive em ambientes que sofrem secas periódicas. Durante a estiagem (seca), enterra-se na lama e pode respirar por meio de seu “pulmão”. Com o retorno das chuvas e das águas, volta a respirar pelas brânquias.

Resumo

  • As principais diferenças entre peixes ósseos e peixes cartilaginosos.
  • As características que permitiram a adaptação dos peixes à vida aquática.
  • A importância econômica e ecológica dos peixes.
  • Comensalismo envolvendo os peixes.

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