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O que são espécies exóticas

Todas as espécies de seres vivos têm uma distribuição geográfica, ou um lugar onde são naturalmente encontradas. No entanto, populações desses seres vivos podem ser levadas de um lugar para outro pela ação humana, intencionalmente ou de maneira acidental. Ao se estabelecerem nos novos destinos, essas espécies são chamadas de espécies exóticas.

Quando uma espécie exótica passa a ter um efeito negativo sobre o ambiente, como competir com as espécies nativas por recursos (luz e água, por exemplo), passa a se chamar espécie exótica invasora.

O RISCO DE ESPECIES EXÓTICAS SE TORNAREM PRAGAS

Espécies exóticas podem se tornar pragas, ou seja, podem causar desequilíbrios no ambiente natural ou modificado pelo ser humano. Isso ocorre, por exemplo, quando ela coloca em risco as espécies nativas.

As espécies exóticas invasoras têm sido a segunda maior causa de extinção de espécies nativas, perdendo apenas para a destruição dos ambientes naturais (como desmatamentos ou queimadas ilegais). Elas podem causar desequilíbrio ao ecossistema ao se alimentar de espécies nativas. Além disso, geralmente não têm predadores naturais nos ambientes que invadem, o que permite que elas proliferem. Essas espécies podem se adaptar a novos ambientes com facilidade, alterando o ecossistema.

Há vários casos de espécies invasoras no mundo. 0 Ministério do Meio Ambiente estima que, no Brasil, existam mais de 500 espécies invasoras, ou com potencial para se tornarem invasoras. Trata-se, portanto, de um problema ambiental de grandes proporções.

AUSTRALlA “ENGOLE” SAPO BRASILEIRO

Sapo-cururu, na beira do rio Quando o sapo canta, oh maninha, é porque tem frio.

A personagem dessa inocente canção popular brasileira é considerada uma espécie invasora no território australiano. O sapo-cururu, nativo da América do Sul, foi introduzido na Austrália em 1935 para combater duas espécies de besouro consideradas pragas para as plantações de cana-de-açúcar. Além de não terem tido sucesso em sua missão, os sapos proliferaram, competindo com algumas espécies nativas da Austrália. De matador de pragas, tornou-se uma nova praga. Conforme um dito popular brasileiro, os australianos mal sabiam que estavam prestes a ter que “engolir um sapo”.

CONTROLE BtOLÓGICO

SaposO controle biológico é uma técnica utilizada para controlar o tamanho de uma população de pragas ou de outras espécies indesejadas, utilizando-se outra espécie, que atuará como predadora ou parasita daquela que se quer eliminar.

O controle biológico é muito menos agressivo ao ambiente e à saúde humana do que as técnicas que utilizam produtos tóxicos, como alguns herbicidas e inseticidas. Muitas vezes têm custo mais baixo também. Entretanto, nem sempre o controle biológico é bem-sucedido e podem ser causados desequilíbrios ecológicos inesperados.

Um exemplo de controle biológico que fracassou ocorreu na Austrália. Alguns registros históricos sugerem que 24 coelhos originários de regiões próximas ao Mar Mediterrâneo foram introduzidos em uma fazenda australiana em 1859, onde proliferaram com muita facilidade, pois não havia predadores ou parasitas naturais e o alimento era farto. Em pouco tempo existiam cerca de 200 milhões de coelhos. Os prejuízos para a Austrália foram imensos; pastagens de ovelhas e áreas agrícolas foram devastadas.

Em 1877, houve incentivo às caçadas e foram abatidos cerca de 20 milhões de coelhos, número alto, mas ainda insuficiente para controlá-los. Após muitas tentativas para controlar a população de coelhos, em 1950 foi iniciado um controle biológico com um vírus mortal para esses animais, mas que não atacava as espécies nativas. Isso fez com que a população de coelhos baixasse de 600 milhões para 100 milhões.

No entanto, os coelhos resistentes ao vírus proliferaram e a população aumentou para cerca de 300 milhões em 1991. Em 1996 foi introduzido um novo vírus, mas o problema não foi solucionado. Atualmente, tenta-se introduzir outro vírus que cause a esterilidade dos coelhos, impedindo a reprodução.

No Brasil, o controle biológico de pragas por seus inimigos naturais vem alcançando ótimos resultados para a agricultura, principalmente com trabalhos desenvolvidos pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias), Têm sido utilizados, por exemplo, vírus que reduzem a população de lagartas que atacam plantações de soja.

Na cultura de couve, que é comumente atacada por besouros, lagartas e pulgões, e na cultura de cana-de-açucar, atacada por larvas de mariposa, são utilizadas vespas e moscas.

Agentes de controle biológico poderiam atacar espécies nativas?

Não. Antes que agentes de controle biológico sejam liberados, eles são submetidos a um período de quarentena, ou seja, de confinamento para que seu comportamento seja observado e testado com relação a plantas exóticas e nativas. Durante esse tempo, eles são cuidadosamente estudados para se ter certeza de que atacarão somente a espécie invasora. Qualquer agente de controle biológico que, de alguma forma, for capaz de causar dano a espécies nativas ou a outras espécies de importância econômica, é rejeitado para uso em controle biológico.

Disponível em: <http://www.institutohorus.org.br/index.php?modulo=laq#2>. Acesso em: fev. 2015.

Convém lembrar que isso tudo é válido se o agente do controle biológico for um inimigo natural, caso contrário, o agente do controle biológico pode se tornar uma praga.

  • 0 que sâo espécies exóticas e espécies exóticas invasoras.
  • Os efeitos da introdução de espécies nos ambientes.
  • Casos de espécies exóticas no Brasil.
  • Controle biológicos

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