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Dirt, the movie legendado português

Se você ainda não viu Dirt, the movie, você precisa ver. Desde o início dos tempos, dentre todos os planetas de todas as galáxias do Universo conhecido, apenas um tem uma pele viva que respira (pelo menos que a gente saiba), chamada Terra.

Abaixo a transcrição do vídeo

de todas as galáxias do universo conhecido,

apenas um possui uma cobertura viva que respira,

chamada TERRA.

Todo o silício e o alumínio, que são a base e estrutura deste solo,

todo o carbono e o húmus, o magnésio, o sódio, o cálcio,

tudo isso foi feito em estrelas muito diferentes da nossa,

muito distantes, e provavelmente foi reciclado

em dezenas de outras estrelas antes de chegar até aqui.

Somos feitos dos mesmos cinco elementos básicos

de que a terra é feita.

Os organismos vivos na Terra utilizam

as mesmas moléculas repetidamente.

Não apenas os mesmos tipos de moléculas,

mas exatamente as mesmas moléculas.

A terra está muito viva.

Ela provavelmente possui todos os reinos da vida.

Da menor bactéria aos fungos, algas, lesmas…

A quantidade de espécies presentes em uma colher

de terra deixa claro que ela está mais viva do que nós.

TERRA! O filme

Há cerca de , bilhões de anos atrás

a Terra era uma bola incandescente de rocha derretida.

Vulcões perfuravam a superfície, jorrando minerais do núcleo do planeta

e vomitando vapor d’água, que se transformava em chuva.

Por milhões de anos a chuva transformou rocha em argila

A vida microsópica verteu-se dos mares para a terra,

e formou os oceanos, onde a vida se iniciou.

onde se misturou ao barro, criando a primeira terra viva.

Incontáveis ciclos de nascimento e morte, fertilidade e esterilidade

transformaram este solo na matriz da vida na Terra.

Quando os humanos chegaram, há  milhões de anos,

tudo mudou para a terra.

E daquele momento em diante

o destino da terra e dos seres humanos tem estado intimamente ligado.

Diamantes são muito importantes, ouro também,

todos estes minerais são muito importantes,

nós os chamamos metais preciosos, mas todos são formas do solo.

Mas essa parte dos minerais que está por cima,

como se fosse a pele da Terra,

esse é o bem mais precioso.

Nossa riqueza é inimaginável, e ela vem do solo.

Se nós não cuidarmos do solo, que é a primeira camada viva

de apenas cm da superfície da Terra,

nosso futuro estará totalmente condenado.

Nós não nos preocupamos, pois o solo está em toda parte,

exceto quando foi levado pelo vento ou pela água,

deixando só a pedra bruta,

e você percebe que não pode fazer muita coisa com pedra bruta.

Um adorável aroma adocicado e tanta diversidade de vida contida nela…

Uma mão de terra contém mais informação organizada

do que as superfícies de todos os outros planetas conhecidos.

O QUÊ??

…contém mais informação organizada

do que as superfícies de todos os outros planetas conhecidos.

Este tanto de solo deve ter dezenas de bilhões de microorganismos

e todos eles vivem juntos, alguns em cooperação, outros competindo,

por isso possuem grandes estratégias para viverem uns com os outros

e se livrarem uns dos outros, ganhando o seu próprio espaço no chão.

A idéia de que são “só microorganismos” ou “só uma terra idiota”, é idiota.

O que frequentemente chamamos de areia, poeira,

essa coisa que tentamos limpar do nosso carro ou das estradas,

são na verdade o solo e os sedimentos vitais para manter

nossa biosfera saudável, ou seja,

manter as plantas, animais e nós mesmos vivos.

“Terra” é uma palavra bastante forte e viva,

uma palavra como casa, raiva, comida, @#$…

é uma palavra que tem um sabor próprio.

É uma palavra que envolve relacionamentos.

Crianças não brincam no solo, crianças brincam na terra.

Conforme caminhamos pela paisagem,

não apenas os pássaros, ursos e todos os outros animais desta floresta,

mas também cada micróbio do solo está ciente de nossa presença.

Estamos dentro de uma floresta de carvalho,

no fim de uma trilha chamada “A trilha que o tempo esqueceu”.

Cá estou entre essas árvores gigantes que cresceram ao longo dos anos.

Elas têm provavelmente  anos de idade e  a  m de altura.

Essa força de crescimento vem do solo, tão fino sob os meus pés.

O solo surgiu após a última era glacial, há mil anos atrás,

quando as geleiras recuaram, deixando apenas a pedra bruta.

Pequenas porções de solo sobreviveram,

então árvores e penquenos arbustos começaram a crescer nessas áreas.

Mas o solo era tão fino que elas logo morriam, e com a ação dos fungos

o solo ia ficando mais profundo e essas áreas iam crescendo.

Então vinha a próxima sucessão, e mais outra,

decomposição, formação de mais solo.

Ele se tornou mais espesso, e conforme isso acontecia

aumentava sua capacidade de suportar biodiversidade.

Quando eu puxo isso podemos ver os micélios por baixo.

Estes são os organismos de intercâmbio entre a vida e a morte

e conforme eles decompõem a madeira, geram solo.

Essa rede de micélios cresce e gera um cogumelo, que espalha esporos,

então comunidades-satélite surgem, distantes do cogumelo original.

É assim que funcionam os fungos.

Todos os solos do mundo estão recheados desses tapetes de micélios.

É disto que todos os solos são feitos, fungos que decompõem a madeira

e outros materiais vegetais e se transformam em terra.

Os fungos fabricam a terra.

Mesmo na selva de concreto a terra encontra um jeito de existir.

Decidi escrever um livro sobre a terra porque,

em toda parte que eu ia em nova York,

as pessoas pareciam não acreditar que a natureza existia!

A PICAPE DE CLYDE, do livro “Terra A pele dinâmica do planeta”

Clyde era um típico faz-tudo.

Um dia pediram que ele desse um jeito na fachada de uma catedral,

havia um bloco que estava solto na parte de cima.

Clyde caiu do andaime a mais de  metros de altura.

Enquanto se recuperava no hospital, sua picape ficou parada por meses

cheia de argila, debaixo de uma árvore.

Na traseira da caminhonete, aberta ao ar, luz do sol e chuva,

a natureza rapidamente se manifestava.

Caíam folhas, sementes, flores e cocôs de pombo, que viraram um jardim.

O processo que transforma lixo em jardim

é fundamental para nossa sobrevivência.

Dependemos da terra para purificar e curar

os sistemas que nos sustentam.

Como terapeuta da água, a fonte da vida, da qual preciso para curar,

são os organismos que estão debaixo dos nossos pés.

Esse é o mecanismo básico que sempre reciclou nossa água.

Não se cria água nova no planeta.

Desde a criação dele, a água sempre foi reciclada.

Portanto a noção de ‘água cristalina’

envolve essa comunidade de solo, bichos, árvores, plantas…

São todas essas coisas, inclusive as menores minhocas do solo,

que fazem essa transformação.

Quando se pensa em água, essa coisa cristalina que bebemos…

acabei de tomar um gole de xixi de dinossauro.

Em nossas histórias mais antigas celebrávamos a terra

como a fonte do que somos e de onde viemos.

Na floresta amazônica conta-se que

um dia o Sol atirou uma lança na Mãe Terra…

…e daí nós viemos.

Os egípcios antigos acreditavam

que os deuses moldaram os humanos a partir do barro

e os colocaram num paraíso terrestre.

Tradições judias, cristãs e muçulmanas contam que Deus apanhou a terra

e deu a ela o sopro da vida.

Em hebreu o próprio nome Adão significa ‘terra’ ou ‘barro’.

E Eva significa ‘vida’.

A terra e projeto do jardineiro deram a eles (e a nós)

tudo o que precisávamos para sobreviver.

Na agricultura tradicional o solo é a mãe.

Ela é a mãe que condece e a quem devemos devolver.

E tratar o solo como a mãe sagrada é a melhor coisa que você pode fazer

no seu relacionamento com a Terra.

Na agricultura tradicional

o solo é reconhecido como a fonte de toda a fertilidade.

A vaca sagrada é uma parte muito importante do solo sagrado,

pois dando às vacas as partes da planta que não podemos comer,

elas as transformam isso na verdadeira vida do solo, o esterco.

A civilização indiana não teria durado  mil anos

se não tivesse reconhecido o que é, literalmente,

o princípio da vida no solo.

Sempre que for interagir com a natureza

você deve produzir alimento para a humanidade

e ao mesmo tempo para a natureza.

Olá, bem-vindos à fazenda Cannard!

As plantas retiram compostos do ar e energia do sol

e utilizam seus sistemas biológicos para transforma-los em açúcares.

Elas usam alguns desses açúcares

para fazerem de seus frutos mecanismos de atração

e espalharem suas sementes através dos animais.

Cerca de metade desses açúcares

são bombeados através de suas raízes para o solo,

para enriquecer a biologia do solo.

As plantas absorvem umidade, que sobe do solo através da planta.

Enquanto estão vivas elas utilizam seus restos corpóreos

para “solibilizar” os nutrientes minerais da matéria-prima original.

Isto é matéria-prima pedra. Isso é o planeta Terra.

Teremos pés de tomate e pequenas leguminosas crescendo abaixo deles.

Então colheremos os tomates e as leguminosas dominarão o lugar,

emaranhando-se e misturando-se a outras ervas.

Elas poderão chegar à maturidade e morrer de velhice.

Elas morrerão naturalmente, como vovós morrendo de felicidade aos .

E isso oferecerá ao solo uma matéria orgânica durável.

O ambientalista visionário Pierre Rabhi é um fazendeiro sem fronteiras.

Ele dedicou sua vida à cura do solo.

Durante vários anos a terra tem me ensinado muitas coisas.

Deus não nos deu essa terra incrível para que a maltratássemos.

Tenho uma relação com esse organismo vivo.

Às vezes sou o pai da terra, porque cuido dela.

Às vezes a terra é minha mãe, porque ela me alimenta.

E às vezes a terra é minha amante, porque estamos apaixonados.

Eu cuido dela e ela cuida de mim. Eu sinto a vida dentro dela.

A terra está viva sob a forma de comunidade.

E essa comunidade são árvores e plantas,

microrganismos vivendo no solo, as plantas que o mantém unido,

a camada forrageira criada pelas folhas que caem…

É uma comunidade incrível!

Some a isso a camada humana, que interage provendo alimentação,

irrigação, proteção, mas também trocando oxigênio

e dióxido de carbono, essa troca comunitária necessária.

As árvores, que nos dão frutos…

Nós vivemos num Jardim do Éden em potencial.

Eu tenho abobrinhas, morangos, cenouras, feijão, feijão roxo, pepinos…

O que mais vocês podem querer?

É o côco!

Eu como o chão.

Sempre que vou a plantações de uva, e vou a muitas delas,

na Itália, Espanha, França e Austrália, em todos esses lugares,

a primeira coisa que faço é pôr a mão no solo e comê-lo.

Não sei o que significa, se sou louco,

mas o que quero dizer é que sempre sinto uma conexão.

O chão é o que você saboreia, quando não bebe apenas por diversão,

quando você vai fundo no vinho, é o solo que realmente expõe a bebida.

Presença forte de amoras, um pouco de rosas e pimentas,

talvez um pouco de cassis ao fundo.

Agora, provando a uva…

talvez um pouco do sabor das amoras.

Agora, descendo por essa linda parreira, chegamos ao solo.

Quanto ao solo, você vê que é arenoso,

você cheira e sente o cheiro clássico de areia e terra.

e se nós dermos uma provadinha…

Cada terreno tem seu perfil de sabor,

as pessoas compreendem que tem tudo a ver com a sua terra.

Ouvi histórias de pessoas que se tornaram produtores orgânicos,

que deixaram de colocar coisas esquisitas no solo,

que passaram a ser mais limpos, e o vinho deles é muito melhor.

E vinhas saudáveis produzem vinhos saudáveis.

As pessoas que fazem os melhores vinhos do mundo,

todas elas amam sua terra.

Eles a pegam, acariciam, beijam,

colocam num vaso na sala de estar, porque sabem…

Eles sabem.

Crescer num país como a Índia, na época em que eu cresci,

o solo literalmente era o seu berço.

Tudo era terra.

Meus pais tiveram uma excelente educação,

mas minha mãe decidiu se tornar fazendeira.

Eu me lembro de ir à sua fazenda nos feriados,

onde a coisa mais divertida era a argila com esterco

que passávamos diariamente sobre o chão.

Era como arte, como se fôssemos pintores.

E para nós essa liberdade de brincar com a terra,

acho que foi isso que fortaleceu

minha imunidade intelectual, emocional e fisiológica.

A maior parte do mundo considera a terra

um material de construção extremamente viável.

Um terço do mundo ainda vive em estruturas de terra.

Você pode apanhá-la no seu próprio terreno, não precisa transportá-la.

Você pega um maquinário pesado, retira imensos volumes de solo

e despeja a quilômetros de distância, como se fosse lixo. É ridículo.

Nós usamos uma máquina maravilhosa, o cavalo, neste caso,

para processar nossa palha.

Uma fibra incrivelmente fina,

e nesse processo também são adicionadas enzimas e outras proteínas,

que agem como uma cola natural. Isso seca com uma solidez incrível.

Nós fazemos à moda antiga, era assim que todos faziam por muito tempo.

A mistura de barro e esterco, no nosso clima, tem muitas utilidades.

O esterco age como antisséptico, portanto você não tem infestações.

E o barro, comparado ao cimento, é quente no inverno e frio no verão.

Se você entra numa casa feita de barro no verão, ela estará fria.

Se entrar numa casa de cimento, ela irradia o calor.

Quando você tem contato com a terra,

é realmente diferente de trabalhar com materiais químicos e poluentes.

E gosto de pensar que dura mais.

Todos poderiam ter isso se sujassem as mãos.

Para nós o barro não é só a matriz da vida, onde as plantas crescem.

É nossa estrutura arquitetônica… é o próprio sentido de quem somos.

Do pó ao pó, de cinzas a cinzas.

Nós somos terra.

E somos feitos dela, somos feitos de argila, e a isso retornaremos.

Tudo que consideramos nossa carne, nosso sangue, nossos ossos,

não poderia estar aqui sem a terra.

O texto do DNA de uma bactéria tem parágrafos inteiros

que são idênticos às nossas próprias instruções genéticas.

Portanto, num nível físico-químico,

nós não somos tão diferentes dos microrganismos quanto pensamos.

Para entender, quando você olha as montanhas, lagos, e rios

e se sentir parte disso, sentir que essa carne aqui é aquele lugar,

que eu sou aquele rio, eu sou aquela montanha, eu sou aquela terra.

Minha avó falava que você pode pegar um punhado de terra e dizer

Esta é minha carne.

Estamos indo ver a areia sagrada, para purificar nossas almas.

Fazer limpeza… Talvez pôr areia no cabelo ou algo do tipo.

– Tomar um banho de areia! – Banho de areia…

Tem essa areia sagrada aqui em Chimayo e… Que bom estar no México!

Hoje nós caminhamos  km, eu ela.

Fazemos a caminhada todo ano para vir aqui e entrar na piscina de areia.

Ela tem poderes curativos.

Acho que tem a ver com o Espírito Santo.

Pessoas de todo o mundo vem aqui.

Parece que a contínua ação criadora de Deus está presente aqui.

Um dos significados de Chimayo

é que a nossa conexão com a terra ainda é sagrada.

Fizemos a peregrinação de hoje pela minha família,

minha tia Mary Jane acabou de falecer, e isso a iluminou.

A terra do Santuário de Chimayo tem propriedades específicas

e sempre que precisamos espalhamos um pouco aqui e ali…

Ajuda, está provado que sim.

No passado eu não prestava atenção na terra,

mas quando vim a esse lugar

e conheci pessoas para quem a terra é tão importante,

pois suas vidas costumam depender dos campos, das safras e colheitas.

Eu realmente acredito que meus olhos se abriram,

e compreendi melhor a importância da Mãe Terra.

Lembrem-se vocês são terra e à terra retornarão.

A demanda por recursos naturais

mudou completamente nossa relação com a terra.

Isso é uma teia de vida que está sendo destruída,

e que nunca poderá ser recuperada novamente.

Por todo o mundo estamos destruindo a terra

na busca de matérias-primas que consideramos mais valiosas.

A mineração de carvão é chamada de ‘remoção de topo de montanha’.

Ela utiliza equipamentos em escalas difíceis de conceber.

As montanhas são literalmente cortadas em níveis

e estão sendo destruídas em nome da eletricidade barata.

Mas de barata ela não tem nada!

É inacreditaelmente cara.

Tal atitude perante a natureza

enxerga nela apenas recursos a serem utilizados,

e não em benefício de todos,

e sim de um número muito reduzido de pessoas,

vivendo numa fatia de tempo extremamente fina desta jornada humana.

As carvoeiras explodem e retiram camadas do que chamam ‘sobrecarga’.

A ‘sobrecarga’ é um campo rochoso que não possui leitos d’água,

e por isso não possui vegetação.

E as montanhas, com todos os seus metais pesados como chumbo,

cádmio e selênio, tudo isso fica livre para cair nos lençóis freáticos.

Eu nasci e fui criado aqui em Los Angeles nos anos .

Na verdade cresci naquela casa bem ali, com um furgão branco na frente.

Intensidade urbana.

Mas eu escapava dela subindo aqui todo dia após a aula.

Eu vinha com meus amigos, nós víamos os animais, as cobras.

Imaginávamos poder pescar aqui, caçar…

Mas a poluição era devastadora.

Se você observar verá a vastidão de concreto, asfalto,

casas, prédios, estacionamentos, rodovias.

As cidades foram construídas e projetadas

e tem sido administradas por cerca de cem anos

como pedaços mortos de concreto.

Colocamos todo esse asfalto em cima da terra viva.

Habitamos esse organismo vivo disfuncional, patológico,

mas é um organismo vivo chamado ‘cidade plana’.

Então quando você tem uma área pavimentada com alguma coisa preta

ou que absorva muito calor, você tem um enorme efeito de ilha de calor

Ainda temos, é claro, as rodovias.

A maior falha das nossas cidades, com relação a mudanças climáticas,

é que estamos impermeabilizando o solo de forma massiva.

Nós cercamos os rios de concreto.

Pavimentamos literalmente dois terços de Los Angeles

e agora quando chove, ao invés de ser absorvida pelo solo,

a água vai embora. Bilhões e bilhões de litros.

A cidade de Los Angeles gasta quase  bilhão de dólares por ano

para trazer água de lugares afastados como Wyoming, Utah.

Nós não precisamos disso. Metade dessa água cai aqui,

mas como selamos o solo e mandamos a água embora,

usamos % da nossa eletricidade para trazer água.

Portanto abrir a torneira é um evento de mudança climática.

Sem terra saudável é difícil sobreviver a eventos climáticos extremos,

como furacões, inundações, tempestades e secas.

Uma grande parte de Bunelkhand sofre de uma seca muito extensa,

ligada a mudanças climáticas.

E essa seca a longo prazo levou a perdas de safras, que levou à fome.

Se você cria desertos onde está,

eventualmente esses micro-desertos formarão áreas muito maiores.

E não se pode viver muito feliz num deserto.

Então começou a luta entre grupos famintos e grupos nômades.

Em outros lugares ainda não é deserto, ainda há solo.

A desertificação ou degradação da terra

é uma ótima maneira de acabar com a segurança no interior.

Ao longo da História vimos muitas civilizações emergirem e caírem,

dependendo de como tratavam a terra.

O meio-oeste americano era conhecido como a cesta de pães do mundo.

Pelos campos, utilizando maquinaria industrial moderna,

os fazendeiros destruíram o capim nativo para plantar

uma única espécie por milhões de hectares.

Esse sistema de plantio aparentemente eficiente chamado monocultura

funcionou a curto prazo, trazendo rendimento e lucros récordes.

Monoculturas não produzem mais, elas produzem menos.

Monoculturas não produzem nada para o solo.

A idéia de que aumentamos a fertilidade do solo e a produtividade

com a monocultura industrial é uma da maiores mentiras.

O que os fazendeiros não percebiam era que estavam matando seu solo,

destruindo sua estrutura de raízes.

Após anos de seca severa,

ventos ferozes pegavam o que sobrava de terra na superfície do solo

e levevam embora, deixando um rastro de poeira pelo caminho.

A perda do solo foi um efeito não exatamente na mesma proporção,

mas comparável ao que aconteceu após a última era glacial.

Nós causamos uma grande mudança na paisagem

apenas com práticas agrícolas ruins.

Um terço do nosso solo, foi o que perdemos nos últimos  anos.

É o problema da agricultura, de como a praticamos atualmente.

Se você observar a paisagem atualmente,

temos milhões e milhões de hectares de monoculturas.

Uma espécie, uma variedade.

Todas as monoculturas entrarão em colapso com as mudanças climáticas,

especialmente nas situações de secas.

O que predomina neste momento é a soja transgênica.

Quando a vemos plantada em enorme escala

pensamos O que está acontecendo com o solo de Cordoba?

Quanto mais plantarmos monoculturas,

mais vulneráveis serão nossos sistemas.

Precisamos diversificar os sistemas.

Por exemplo, no inverno aqui plantamos brócolis com fava.

Se vier uma geada, o brócolis perece e a fava sobrevive,

ela é muito resistente a geadas.

Se você plantar milho com feijão e sorgo

e vier uma seca, o sorgo permanece, todo o resto perecerá.

Assim você não coloca tudo no mesmo cesto.

Se temos uma única espécie plantada por quilômetros,

é um “self-service sem balança” para pragas.

Se uma praga aprende a atingir uma espécie de planta

e você cultiva essa planta por quilômetros,

a praga pode atingir todas as plantas de sua cultura.

E assim as epidemias de pragas avançaram e criamos os pesticidas.

Esses químicos vão esgotando a vida do solo

Eles acabam com a estrutura do solo, com a água do solo,

com os próprios organismos que criam a fertilidade do solo.

No geral, plantas e insetos são muito parecidos conosco fisiologicamente,

célula a célula, gene a gene, proteína a proteína,

que se algo matar plantas e insetos, matará a nós também.

O que esse sistema produz é comida sem nutrientes e cheia de tóxicos.

Não fomos projetados para esse tipo de dieta.

Práticas agrícolas industriais tiraram os nutrientes do solo

e criaram uma enorme demanda por fertilizantes a base de nitrogênio.

Quando colocamos fertilizante de nitrogênio no solo,

não estamos apenas matando a vida do solo. O nitrogênio faz mais ainda.

Somente % é absorvido pela planta.

Uma parte cai nos lençóis freáticos e o resto cai nos rios.

No meio-oeste americano o excesso de nitrogênio escorre pelos riachos,

desce o rio Mississipi e cai no Golfo do México.

O nitrogênio então alimenta colônias gigantes de algas,

que sufocam quase toda a vida marinha,

criando uma enorme zona morta, onde apenas águas-vivas sobrevivem.

Esse nitrogênio também se combina com oxigênio e forma óxido nítrico,

que entra na atmosfera e acelera as mudanças climáticas.

% das emissões de gases causadores do efeito estufa

vem de uma agricultura que se tornou uma guerra contra o solo.

Por duas ou três estações eles colhem safras de soja,

depois abandonam o terreno como um deserto

e derrubam outras centenas de milhares de quilômetros.

Árvores absorvem poluentes, protegem a superfície do solo,

evitam erosão, sequestram carbono e liberam oxigênio.

A floresta tropical brasileira está sendo derrubada por causa da soja.

Nós costumamos devastar florestas

para “limpar” o terreno e plantar comida.

Agora, para atender à demanda global

por madeira, papel, bio-combustíveis e outros,

florestas ao redor do mundo estão sendo extintas e seus solos destruídos.

O governo e muitas pessoas vêem madeira, dinheiro,

mas não enxergam a diversidade de vida que há nessas florestas.

A cada ano,  milhões de árvores

são transformadas em  bilhões de catálogos de compra.

Quando vejo o quanto a floresta do Congo está sendo saqueada,

o quanto ela está sendo ceifada, o quanto está sendo destruída,

eu sei que se a floresta do Congo se for, a África vai junto.

Atrás de mim temos um exemplo de armagedon ecológico.

Esta é uma prática que é adotada por reservas florestais e madeireiras.

Após cortarem a floresta e causarem grandes estragos, queimam tudo,

enviando dióxido de carbono e outros gases para a atmosfera.

Se tudo fosse picotado e deixado no chão,

os fungos recliclariam tudo e criariam um novo solo.

Quando chove a água escorre,

carregando consigo uma maravilhosa camada superficial

necessária para sustentar a vegetação nessas florestas.

Nós não repomos a água subterrânea, consequentemente temos secas.

Em fazendas que já foram produtivas

os fazendeiros é que estão sendo destruídos

enquanto lutam para pagar por novas e caras tecnologias

e equipamentos que são forçados a comprar.

Os fazendeiros são pressionados a comprarem mais sementes,

terem mais tratores, são empurrados a uma economia de empréstimo.

Hoje uma atividade que era de custo zero

de repente passa a custar  mil rúpias por ano!

E o fazendeiro se afunda em dívidas.

Eu não pude pagar pelo meu trator, por isso o banco levou ele.

Agora estou sem trabalho e minha família passando fome.

Acho que teremos que partir daqui.

Enquanto fazendeiros entram em falência e perdem suas terras,

elas são dominadas por agronegócios internacionais

que plantam apenas uma variedade geneticamente modificada,

para uma economia globalizada.

Vendido!  dólares!

Eu amo a agricultura…

Somente na Índia estima-se que  milhões de fazendeiros

desaparecerão por causa da agricultura industrial moderna.

Ninguém se pergunta para onde irão o solo e os que cuidam dele.

Sobrecarregados de dívidas que não podem pagar,

fazendeiros ao redor do mundo estão cometendo suicídio.

Só aqui em Bundelkhand até agora foram cerca de  mil suicídios.

Eu fui até o campo, chamei meu marido e ele não respondia,

até que o encontrei pendurado numa árvore pelo pescoço.

Na Índia, na última década,

estima-se que  mil fazendeiros se suicidaram.

Muitos, bebendo o pesticida que não podiam mais pagar.

O problema que temos com o solo é esse

quando eu piso em uma pessoa, ela grita EPA!, ela se aborrece.

Eu piso no solo e ele não grita, mas na verdade ele grita sim.

Quando encontramos erosão o solo está ferido,

está sangrando, está doído.

E nós não sabemos interpretá-lo, não sabemos ler o solo.

Mas o solo é um sistema vivo, não está morto.

Mas nós o tratamos como se estivesse morto.

Devido às nossas atividades, deveríamos estar preocupados com o futuro.

Se houvesse uma Organização Unida dos Organismos

BANIR OS HUMANOS

e cada organismo tivesse o direito de votar,

nós seríamos expulsos do planeta.

Assim como nossos corpos rejeitam vírus,

a analogia de que a Terra poderia rejeitar o ser humano como um vírus

é bem apropriada e tem um bom precedente biológico.

Ao longo de  anos tirando e editando fotografias,

Sebastião e Lelia Salgado têm documentado

a devastação ambiental e humana ao redor do mundo.

Quando você faz fotografia humana, quando você faz esse tipo de foto,

você tem que conviver com as pessoas.

Vivendo com as pessoas você observa o que acontece à sua volta,

começa a ver que há uma correlação muito forte

entre a degradação humana e a degradação ambiental.

Essa foto…

Sabe quando você vê tudo seco e as pessoas ficam pedindo por chuva?

Por quê? Porque não têm mais árvores, florestas, e sofrem com isso.

Isso é Mali. Não há mais água neste lago.

Aqui estão pessoas caminhando dentro do que antes era o lago.

Tornou-se um deserto.

As pessoas que vivem em terras degradadas se tornam muito pobres.

Frequentemente elas abandonam a sua terra e vão para cidades

procurar por empregos que não estão disponíveis e terminam em favelas.

Pela primeira vez, mais pessoas vivem em cidades do que no campo.

No mundo em desenvolvimento

quase % dos habitantes de cidades vivem em favelas.

São pessoas excluídas, que foram separadas da terra que as sustentava.

É hora do almoço em uma das favelas mais miseráveis do Haiti.

Mas devido aos aumentos no preço da comida, esta mãe e seu filho

dependem agora de um antigo remédio para dores de fome

biscoitos feitos de terra amarela seca.

Por todo o planeta, pessoas famintas protestam por comida.

Os protestos por comida são uma consequência direta

do fracasso do modelo da agricultura industrial moderna.

Conflitos mortais e guerras estão acabando com nossos solos férteis.

O conflito no Sudão é praticamente um conflito pela terra.

Pela primeira vez temos empresas que ditam o futuro do solo e das paisagens.

Inundações, secas, mudanças climáticas e até mesmo guerras

estão diretamente relacionadas com o modo que temos tratado a terra.

Nós, como espécie humana, estamos enfrentando

primeiro o problema da insustentabildiade ecológica, que nós criamos.

Material tóxico, criamos mudanças climáticas…

Cada problemas desses, sozinho, pode levar a humanidade à extinção.

Coletivamente, podemos ter certeza de que não duramos muito tempo.

Aqui temos um espaço de  anos no qual nos encontramos hoje,

que provavelmente é o período mais importante da história do Homo sapiens.

Acho que este período é o mais importante desde que saímos da África,

pois agora chegamos ao fim da economia extrativa

e devemos descobrir como viver com nossos recursos.

Estamos constantemente sendo bombardeados por problemas,

e às vezes podemos ficar completamente impotentes.

A história do beija-flor trata de uma floresta sendo consumida pelo fogo.

Todos os animais saem e ficam horrorizados vendo a floresta queimar.

Eles se sentem muito impotentes, insignificantes,

exceto o pequeno beija-flor.

Ele diz Vou fazer algo a respeito do fogo.

Então ele voa até a lagoa mais próxima,

apanha uma gota d’água e despeja sobre o fogo.

Ele sobe e desce, sobe e desce, o mais rápido que pode.

Enquanto isso todos os outros animais maiores, como o elefante,

com uma tromba enorme que poderia levar muito mais água,

ficam parados indefesos e dizem ao beija-flor

O que você acha que pode fazer?

Você é pequeno demais e o fogo é enorme!

Suas asas são muito pequenas…

Seu bico é minúsculo, você só pode carregar uma gotinha d’água.

Enquanto continuam a desencorajá-lo, sem perder tempo ele diz

ESTOU FAZENDO O MELHOR QUE EU POSSO.

E para mim, isso é o que todos deveríamos fazer.

Deveríamos sempre nos sentir como o beija-flor.

Após anos testemunhando a degradação ambiental

os Salgados sabiam que não podiam mais ser meros observadores.

Eles precisavam fazer alguma coisa.

Por que não plantar uma floresta, a floresta que tínhamos aqui antes?

A primeira plantação que fizemos foi aqui e ali.

Quando você vem ao Instituto Terra, vê um milhão de árvores juntas,

e agora árvores maiores, que você pode abraçar.

Vejam os pássaros! Temos tantos pássaros agora!

Se começarmos a replantar,

em  anos não haverá mais terra morta no planeta.

Quando Pierre Rabbi olha para um deserto, ele vê um oásis.

Eu fui a Burkina Faso pela primeira vez em .

Minha especialidade era evitar a morte da terra pela desertificação.

Então propus que praticassem a Agroecologia.

Seu trabalho de décadas na Áfica foi para promover a Agroecologia,

uma agricultura orgânica e biodiversa, que combina

conhecimento científico com sabedoria tradicional.

Atualmente há cerca de  mil fazendas em Burkina Faso

que praticam os métodos que sugerimos em .

Estimo que a Etiópia sozinha, se adequadamente cultivada,

poderia alimentar todo o continente africano.

Há não muito tempo atrás os americanos nativos viviam desse sistema.

Eles comiam o que obtinham dos prados, o que obtinham dos rios

e também comiam o bisão e outros animais.

Eis o que podemos chamar de relação original com o universo.

Construir uma agricultura tão sustentável

quanto os ecossistemas que nós destruímos é necessário e possível.

O que estamos tentando fazer é praticar uma agricultura baseada

no que os ecossistemas eram há  mil anos atrás.

Este prado seria nossa biblioteca.

O que os cientistas do solo tentam fazer aqui é compreender a dinâmica

abaixo da superfície, que sustenta o que colhemos acima dela.

Só para lhes mostrar algumas das diversidades de sistemas de raiz

que nós temos em uma única planta.

A planta perene pode crescer de novo a partir da raiz,

não precisa ser plantada anualmente através de sementes

e não precisa desenvolver novas raízes, como uma planta anual faria.

Nossa safra anual, como esse trigo nativo, possui raízes bem mais rasas.

Se houver chuva e o nitrogênio penetrar  metros no solo,

essa planta não o alcançará e teremos que acrescentar nitrogênio.

Essa perene conseguiria atingi-lo. Essa não sobreviverá, essa sim.

Essa diversidade de raízes no subsolo e a diversidade verde em cima

será muito mais resiliente a mudanças climáticas

do que as monoculturas anuais.

Muito do que estamos falando acontece abaixo da superfície,

então vamos descer até lá.

Aqui temos uma bela cova no solo com cerca de  metros de profundidade.

Nem todos os solos têm essa profundidade, obviamente.

Mas quanto mais fino o solo, digamos que a rocha comece bem aqui,

quanto mais fino, mais importante é manter raízes perenes para protegê-lo.

Se você só tem essa quantidade de solo para plantar sua comida

e perde vários centímetros por ano,

não vai levar muitos anos para que não consiga plantar nada.

Nossa meta é atingir o nível zero de erosão.

Esse é o primeiro passo importante, a meu ver

dar início à reconciliação, para nós como espécie fora de contexto.

Quando dei início à fazenda Navdanya me preocupava com as sementes,

sua renovabilidade e fertilidade.

Fiz disso o meu compromisso pessoal.

Não sabia quantos se juntariam a mim,

não importava quanto tempo poderia levar este compromisso adiante.

Para Vandana Shiva e suas colegas o objetivo é coletar e preservar

preservar a variedade de sementes,

compartilhá-las com os fazendeiros da região.

Este é o sorgo…

Assim, toda a região recupera a biodiversidade e se revitaliza.

A única comida de qualidade que podemos produzir

é uma comida que seja bioproduto de nossa relação com o solo.

Usaremos leguminosas e trevos, eu as espalharei com as mãos.

Assim estou dando a cada semente toda a energia da minha alma.

E conectar-me com todas as minhas plantas e meu solo é tão importante

que podemos perceber que não estamos separados deles.

O que acontece aqui determina o que acontece aqui em cima.

Mas o que acontece em cima também determina o que acontece embaixo.

Estão totalmente conectados,

o subsolo e o supra-solo estão totalmente conectados ecologicamente.

Uma nova geração está encontrando maneiras

de mudar o relacionamento com a terra.

Um grupo de cidadãos urbanos mudou-se do Brooklyn

para o norte de Nova Iorque, para plantar novas raízes.

Nós colhemos  mil dólares em vegetais por hectare anualmente,

alimentando milhares de pessoas, no que antes era um jardim de feno.

E há inúmeros outros campos como este na região.

Nós estamos trabalhando juntos há dois anos.

É um tempo e uma escala muito curtos, comparados à maioria das fazendas,

mas estamos preservando o solo fazendo de maneira orgânica.

É incrível pôr as mãos nessa matéria aqui.

Está tudo vivo. Adicione água,

luz do sol, dê um pouco de carinho e pronto!

Temos cerca de  famílias a quem fornecemos verduras semanalmente.

Miriam e Benjamin fizeram dar certo para eles e para nós.

Temos plano de saúde, o que é incrível.

Plano de saúde! Eu não tinha isso há um bom tempo!

A primeira parada é em Bay Red, depois Greenwood Heights,

em seguida o jardim comunitário de Red Shed.

Fornecer a comida que você cultivou para as pessoas é bem bacana.

A “ASC”, Agricultura Sustentada pela Comunidade

fornece produtos frescos aos participantes.

Nós fornecermos produtos toda semana e eles pagam uma taxa anual.

Esse dinheiro nos permite cultivar a comida, comprar sementes,

comprar equipamentos, cuidar de nós mesmos.

Há muita gente se esforçando para fazer coisas assim,

oferecer nutrição natural num lugar feito basicamente de concreto.

Você faz o que pode.

Essas vão para Goundsville, Brooklyn. São famílias de sorte.

Seria uma coisa muito boa se no futuro essas famílias

pudessem vir aqui e ver todo o processo com a terra,

pois muitas vezes nas cidades não há terra alguma, só se vê concreto.

Você não precisa sair da sua vizinhança para viver em uma melhor,

mas com certeza tem que lutar muito se quiser reconectar sua vida

a um estado mais natural, qua inclua pessoas pobres “de cor”.

Trabalhamos para criar oportunidades desde o plantio de árvores

à criação de parques.

A presença de árvores e espaços abertos

tem um impacto positivo no bem-estar mental das pessoas.

Estamos no sul do Bronx, em cima da casa que moramos,

pisando no teto verde que plantamos há sete meses.

Um teto verde é uma técnica de construção sustentável,

é simplesmente solo e plantas vivas.

Mas ele possui características realmente impressionantes,

como retenção de  a % da água da chuva, conservação de energia,

provendo uma camada isolante ao pavimento abaixo dele,

e proteção contra danos solares, chegando a durar cinco vezes mais

do que um telhado tradicional, além de limpar o ar.

Não é lindo?

Aqui em cima é o cano que vem do teto verde,

por onde o excesso de água cai e é levado até esse barril,

que está conectado a uma mangueira de irrigação por gotejamento

que gentilmente rega os tomateiros, a pereira, as roseiras e a couve-flor.

Essa é a nossa composteira.

Lembram do que arranquei lá do teto verde? Vem tudo para cá.

Encontramos uma terra bem argilosa, muito boa de usar com o composto.

Olhem para isso, não é lindo?

O que queremos é arborizar quantas áreas urbanas fore possíveis,

para mimetizar o que a natureza já provou que funciona.

Muitos de nós nos sentimos fracos frente aos problemas que encontramos.

Às vezes você se pergunta O que posso fazer, o pequeno EU?

Era .

Eu tinha  anos e o serviço florestal nos disse

que a poluição estava matando a floresta.

Eles disseram que descobriram árvores tolerantes à poluição,

mas ninguém as estava plantando.

Caberia a nós, crianças, salvar a floresta.

O que fizemos foi pegar uma parte do nosso camping,

removemos o asfalto e restauramos a camada forrageira,

deixamos a terra ressuscitar.

Então era uma preocupação sua, o que acontecia com as árvores,

e isso cresceu e voluntários apareceram e…

E outras pessoas acharam que era uma boa ideia ajudar.

Dezenas de milhares de jovens vem aqui para aprender

sobre como a natureza funciona em ciclos e como eles foram quebrados,

causando danos ao ecossistema.

Eles conhecem o seu poder profundo

e o seu papel como reparadores desses ciclos.

Em quanto tempo isso atingirá uma boa altura, com o cuidado adequado?

ou  anos.

E isso vai se tornar uma sequóia?

– Já é uma sequóia! – Oh, me desculpe!

Se você olhar para os pátios escolares em Los Angeles

verá que a maioria parece um estacionamento.

Este mesmo processo de atacar estacionamentos

está acontecendo em escolas e vizinhanças por aqui.

Alguém perguntou Mas se você tirar o asfalto, onde elas vão brincar?

Isso revela bem o quanto nos afastamos da natureza.

É impressionante o que acontece com os estudantes

quando começamos a remover o asfalto e arborizar os espaços.

Esse lugar era só concreto, igual à quadra de basquete.

Nós plantamos uma paisagem comestível.

Está ótima!

Essa experiência com a natureza é tão confortante para as crianças,

elas nunca tinham posto as mãos no chão antes.

Eles precisam estar aqui, elas querem estar no jardim.

Todos nós deveríamos pôr as mãos na terra,

colhermos nós mesmos as verduras,

– Claro! – Obrigado!

levá-los para a cozinha e transformá-los nesta linda sopa.

Toda a nossa comida na verdade é feita de terra.

Obrigada, terra. Muito obrigada…

– Pela salada…? – Salada, sanduíche e leite…

Obrigado, terra, pelo meu almoço.

Obrigado, terra, pelo meu almoço.

Todas as nossas antigas preces no inicio das safras começavam assim

Sei que tenho que tirar algo de você, Mãe Terra,

para me alimentar, para alimentar minha família,

mas prometo devolver tudo que eu puder.

Isso é composto, nós acabamos de cultivar essa área

por isso jogamos composto por cima dela,

acrescentando uma nova camada de solo.

Não existe lixo até que algo seja jogado fora.

O composto é o ouro negro que mantém a terra saudável.

Eu enxergo essa pilha de composto como uma assadeira gigante,

digamos, uma lasanha.

Todas essas coisas vão começar a cozinhar.

É assim que o composto funciona.

Ele basicamente precisa de duas coisas

Partes secas de plantas, folhas podadas e coisas assim.

E você tem as partes verdes e úmidas como grama ou pepinos velhos,

qualquer coisa do tipo, matéria orgânica.

As partes secas são o combustível e as partes úmidas são o fogo.

Quando você reúne carbono e nitrogênio tem essa linda combustão,

auxiliada pelas amiguinhas bactérias e fungos

que estão aqui fazendo tudo funcionar.

E isso se transforma no melhor solo que você já viu.

Recebemos uma ligação de alguém do Estado

dizendo que tinham um problema com os resíduos do peixe.

Estavam despejando restos de peixe no mar

e a Proteção Ambiental estava caindo em cima.

Falei Vamos trazer os resíduos para a costa e fazer compostagem.

Mas adivinhe com o que tivemos que lidar.

Obtivemos este tipo de material, sinta só o cheiro.

– Bem forte, não é? – Bastante.

Assim que começamos a compostagem, todos diziam

Ah, era assim que os índios faziam!

Nós misturamos isso com uma fonte de carbono,

a fonte tradicional de carbono que é a serragem.

Esta é a primeira fase.

Nada mal. Essa foi revirada uma vez.

Você pode pegar um punhado e cheirar.

Esse aqui parece que ainda não está no ponto.

O passo seguinte é revirar mais quatro vezes.

Neste ponto, se você cheirar, não tem mais cheiro de amônia.

É um ótimo sinal de que está dando certo.

Tem um cheiro característico de terra, terra do seu jardim.

Este é o nosso produto final, veja só.

Só precisou de oito meses de compostagem.

É lindo!

Eu tinha um negócio com um vizinho há alguns quilômetros daqui.

Nós extraíamos casca de ostra.

Às h, quando ele saía do trabalho todo dia,

ele despejava vários barris de concha atrás do meu trailer

e nós o espalhávamos pelo campo.

Era muito interessante. Um dia um morador da região se aproximou

quando nos viu fazendo aquilo e disse

Mas que tolice, Eliot! Elas não vão se decompor nem em cem anos!

E eu disse Ótimo! Isso significa que terei um suprimento de cálcio

pelos próximos cem anos!

Há essas duas formas de olhar a coisa.

Ele estava olhando para o hoje

e eu estava pensando em fertilidade a longo prazo, no futuro.

Acho que as pessoas estão percebendo que os solos e sedimentos

contêm uma boa quantidade de energia sob a forma de matéria orgânica.

As coisas que você joga fora na cozinha, como restos de comida

ou a enorme quantidade de resíduo orgânico das industrias,

nós jogamos fora e ignoramos tudo isso.

Agora começamos a aperceber que podemos tirar energia daí.

Nós desenvolvemos essas células combustíveis microbiológicas

que retiram energia dos ciclos naturais que ocorrem no solo.

A premissa básica é que há micróbios que vivem nos solos e sedimentos,

e eles comem a matéria orgânica do solo.

Para gerar energia daí você precisa tirar elétrons desse processo

através de canais bioquímicos e jogar esses elétrons em algum lugar.

Usando uma célula combustível microbiológica enterrada no solo

podemos fazer coisas como acender essa lâmpada.

O que estão vendo é uma lâmpada acesa com a energia dos micróbios,

que você pode ter na sua casa, seu jardim

ou pode usar para iluminar parques e espaços públicos.

Nossa esperança é que possamos encontrar maneiras

de usar células combustíveis microbiológicas

para iluminar paisagens, abastecer zonas rurais afastadas e é claro,

ajudar pessoas de países pobres a melhorarem sua qualidade de vida.

Em uma dos maiores complexos prisionais do mundo

os presidiários têm a oportunidade de trabalhar no Programa Estufa.

Quando falamos em terra não estamos falando apenas de terra em si.

Estamos falando dos atributos físicos e espirituais da vida da pessoa,

e eu acho que as pessoas associam a terra com isso

Não é mais terra, é uma metáfora para uma vida saudável.

Eu cresci no Brooklin, NY.

Tenho uma filha de  anos e passei o meu º aniversário aqui.

A realidade me deu um tapa na cara quando entrei aqui, sabe?

E ao mesmo tempo encontrei aqui algo que gosto de fazer.

Eu vejo que quando as pessoas atravessam o portão estão cabisbaixas,

estão sentindo o impacto de estarem trancafiadas.

Conforme caminham pelo jardim dá pra ver o tórax se expandindo,

os ombros se elevando.

Quando eu venho aqui fora eu digo Uau, que lindo!

A primeira coisa que vejo são meus amigos Donald e as galinhas.

São meus pássaros prediletos, eu os amo muito.

Eles são tão serenos e lindos…

É algo que a pessoa tem que sentir por si mesma.

É isso que está além das portas fechadas.

Enquanto eles misturam e penetram no solo

eu vejo a transformação que acontece

quando se explora pela primeira vez o mundo da terra.

É incrível o que começou a acontecer quando os estudantes

começaram a remover o asfalto e arborizar a escola.

Os diretores relataram que as crianças estão participando

de brincadeiras mais cooperativas e estão menos agressivas.

Isso é muito legal.

Cavar é mágico, todo mundo adora cavar.

Você tem que se ajoelhar, começar a cavar…

Coisas vivas trabalham juntas para fazer da vida um lugar melhor.

É uma boa coisa. Deus fez a terra e ela não faz mal.

O programa é ótimo, é mais uma forma de retornar a sociedade.

Estou ajudando pessoas, alimentando sem-teto.

Eu adoraria trabalhar com flores e com a terra.

Agora que superei meu medo não me assusto mais com a terra.

Em algum momento eles se apaixonam pela coisa toda.

Eles podem se conectar a uma atividade ou uma planta específica,

mas eles certamente se conectam.

Eu gosto do cacto, gosto mesmo.

É durão por fora e se protege, mas é doce por dentro.

Eu diria que esta sou eu.

???

Se você construir uma prisão, certamente ela ficará lotada.

O que queremos mostrar é que há outra maneira,

que se você põe um monte de caras e garotas para plantar árvores

e instalando tetos verdes, eles estão se redimindo com a cidade

em termos de custos prisionais e conservação de energia.

O Time Verde é uma oportunidade

para os ex-presidiários continuarem praticando o que aprenderam.

É também uma forma de terem um salário.

Quando eu saí, comecei a trabalhar na semana seguinte.

Eu não queria me meter de novo em encrenca ou coisas do tipo.

Achei que continuando no programa eu conseguiria.

As taxas de reincidência das pessoas que se juntam ao Time Verde

são extremamente baixas.

Primeiro você coloca o arame…

E esse trabalho de arborização não precisa ser terceirizado.

Quando você quiser restaurar um terreno degradado,

instalar um teto verde ou um painel solar, faz isso com mão de obra local.

É uma ótima maneira de reunir as três partes tradicionais de uma pessoa

o físico, o intelectual e o emocional.

As pessoas colocando a mão na terra

e conhecendo naturalmente o poder que elas têm

de cuidar de outros organismos vivos…

Isso é bem forte para quem ouviu dizer a vida inteira

que não possuíam valor nenhum.

Role para dentro!

Também envolve trabalho em equipe.

O projeto beneficia toda a comunidade.

Todo esse concreto e tudo mais, eles não precisam estar aqui.

Não precisa ser uma selva de pedra.

Muitas pessoas têm medo de tocar a terra e sujarem as mãos,

mas a terra é do que você é feito, portanto faz bem.

As crianças sentem esse poder

quando podem sonhar e aprender ao mesmo tempo.

Em várias comunidades onde demos marretas

para os jovens quebrarem o asfalto, muitos deles eram de gangues.

Quando terminaram de plantar as árvores

Não há nada mais comovente do que ver crianças maltratadas

abrindo seus corações depois de um trabalho bem feito.

E eles aprendem o que é fazer a diferença,

eles enxergam e sentem a diferença fazem.

Minha avó sempre dizia que a terra está viva, e eu duvidava

É só terra, vovó… Não está viva…

Ela dizia Tem oxigênio e tudo mais, tem minerais, vitaminas…

Como você acha que as plantas crescem e viram comida?

Quando se é pequeno isso entra por um ouvido e sai pelo outro,

mas agora entendo como a terra é importante para a saúde do ambiente.

Mais cedo ou mais tarde, se as pessoas não virem o que está acontecendo,

o aquecimento global e tudo mais, será muito tarde.

Será tarde demais.

Mesmo que o que você faça seja muito pouco,

talvez até insignificante do seu ponto de vista,

mas coletivamente, se várias pessoas fizerem a mesma coisa,

conseguiremos muito.

Tudo começa em casa.

Às vezes não podemos mudar as coisas numa escala maior,

mas se você começa a mudar a si mesmo, e seu amigo também,

e outro também, em breve muitos estarão fazendo algo diferente.

A boa noticia é que não precisamos começar do zero.

Podemos aprender muitas lições valiosas com a sabedoria da natureza.

Ponha um vestido sobre a pele.

Um vestido verde, como árvores, vegetação.

Então quando a Terra estiver coberta de verde, de vegetação,

árvores e florestas, ela ficará muito bonita.

E nessa era de mudanças climáticas,

podem imaginar como o planeta ficaria feliz?

O que damos ao solo, o que devolvemos a ele,

como reciclamos nossos resíduos de volta, isso é o que vai nos sustentar.

Temos grandes amigos lá fora, temos aliados biológicos.

Abaixo de nós, no solo, estão as construtoras de solo, as minhocas.

Vendemos minhocas. Vão levar minhocas hoje?

Darwin disse que no final da história da evolução elas serão reconhecidas

como a espécie mais importante, porque elas constroem o solo.

Lá está uma! Está vendo?

O que nós destruímos, nós podemos curar.

Vendo as árvores pequenas assim crescendo mais e mais, pensamos

Podemos fazer mais!

Posso me sentir insignificante,

mas sei que não quero ser como os animais vendo o planeta indo embora.

Eu serei um beija-flor. Farei o melhor que puder!

Nossa, cheira tão bem… É sério!

Deus criou a terra! A terra não faz mal!

Ponha ela na boca e fica tudo igual!

Terra!

Quando a natureza trabalha sem intereferências, cria apenas solos vivos.

Mas no momento em que o ser humano entra em cena,

ele pode agir como a natureza e reconstruir a vida no solo em cada ação,

ou leva-la embora.

A escolha é desertificação ou solos vivos e férteis que nos alimentam.

Entre os bilhões de planetas de todas as galáxias do universo conhecido,

apenas um possui uma pele viva que respira, chamada terra.

Legendas http//permateresina.blogspot.com/

PESSOAS ENTREVISTADAS

BILL LOGAN Autor de “Terra a pele dinâmica do planeta”

VANDANA SHIVA Física, agricultora e ativista

FRITJOF CAPRA Físico e escritor

JOHN TODD Biólogo e eco-designer

GARY VAYNERCHUCK Enólogo e apresentador de TV

WANGARI MAATHAI Vencedora do prêmio Nobel

MIGUEL ALTIERI Entomologista da UCA, Berkeley

JEREMY NARBY Antropólogo e escritor

PETER GIRGUIS Biólogo, Harvard

PAUL STAMETS Micologista

ANDY LIPKIS Fundador-presidente da TreePeople

BOB CANNARD Fazendeiro

PIERRE RABHI Fazendeiro e ativista ambiental

KEVIN ROWELL Bioconstrutor

MARISHA FARNSWORTH Bioconstrutora

DAVID ORR Professor de estudos ambientais

JEANETTE ARMSTRONG Porta-voz dos índios Okanagan

JUAN VICENTE SANCHEZ Professor de agricultura, Argentina

SEBASTIÃO SALGADO Fotógrafo e co-fundador do Instituto Terra

LÉLIA SALGADO Co-fundadora do Instituto Terra

JERRY GLOVER Cientista do solo, The Land Institute

BENJAMIN SHUTE Coproprietário do Hearty Roots

MIRIAM LATZER Coproprietária do Hearty Roots

DANNY PERCICH Fazendeiro do Hearty Roots

ALICE WATERS Chefe fundadora do Jardim Escolar Comestível

WILL BRINTON Fundador do laboratório Woods End

WES KINNEY Proprietário dos compostos Kinney

ELIOT COLEMAN Fazendeiro orgânico

JAMES JULER Diretor do Programa Estufa

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