Biologia

Filo dos Platelmintos – Características gerais resumo

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PLATELMINTOS

De acordo com as hipóteses científicas atuais, os primeiros vermes achatados surgiram nos oceanos e provavelmente se escondiam em frestas de rochas ou nadavam sobre os corais.

Atualmente, os platelmintos (do grego platús = chato e hélmins = verme) vivem, principalmente, em ambientes aquáticos (marinhos ou de água doce) e ambientes terrestres úmidos. Também há espécies parasitas de outros animais.

Os platelmintos mais conhecidos são as planárias, animais pequenos, com poucos centímetros de comprimento. Todas as espécies de planárias são de vida livre e há espécies terrestres e aquáticas.

Planárias

O corpo das planárias apresenta duas regiões bem diferentes: região anterior posterior. É na região anterior que se localiza a cabeça, onde se concentram células nervosas que formam os chamados gânglios cerebrais. Esses gânglios fazem parte do sistema nervoso do animal. Na cabeça, também está localizado o sistema sensorial, que permite ao animal interpretar e reagir aos estímulos do ambiente.

Em algumas espécies de planárias, há células do sistema sensorial que se agrupam e formam uma estrutura capaz de perceber a intensidade e a direção da luz – os chamados ocelos (do latim ocellus= pequeno olho). Esses órgãos não formam imagens, mas permitem às planárias saber se um ambiente está claro ou escuro (elas tendem a se afastar da luz). A percepção do ambiente e da presença de luz permite que o animal seja ativo e se locomova de maneira eficiente.

As planárias se alimentam de matéria orgânica em decomposição ou de pequenos animais, no caso das planárias carnívoras.

O alimento é captado pela faringe, que sai pela boca, localizada na região posterior, e segue até o intestino, onde ocorre a digestão. Os platelmintos não têm ânus, então o que não é aproveitado na digestão sai pela boca, da mesma forma que ocorre nos cnidários. Devido à ausência de ânus, dizemos que o aparelho digestório das planárias é incompleto.

Como todos os animais, as planárias precisam de gás oxigênio para sobreviver. Por não terem sistema respiratório, o gás oxigênio presente no ar chega ao corpo do animal através de sua fina epiderme – um tecido de revestimento externo. O gás carbônico produzido na respiração também é eliminado pela epiderme. Esse tipo de respiração é chamado de respiração cutânea.

REGENERAÇÃO EH PLANARIAS

Desde o início do século XIX, pesquisadores perceberam que, quando é feito um corte parcial no corpo de uma planária, sem que se separem suas partes, estas podem se regenerar e completar as partes que faltam.

Quando a região anterior de uma planária é cortada ao meio, cada metade é capaz de se regenerar, formando uma nova cabeça. Assim formam-se duas cabeças em um único corpo. Veja a ilustração a seguir.

Reprodução das planárias

As planárias podem se reproduzir de forma assexuada sexuada.

Na reprodução assexuada, o animal pode se dividir em duas partes, por estrangulamento: cada uma delas originará uma nova planária.

Quando o corpo de uma planaria é cortado em duas ou mais partes, cada uma delas se regenera e é capaz de formar um organismo completo. Veja na ilustração abaixo que mesmo cortes em diferentes partes do animal podem regenerar um indivíduo completo.

Em condições naturais, as planárias podem sofrer um estrangulamento e se dividir em duas partes que irão se regenerar. 0 estrangulamento é uma forma de reprodução assexuada.

A reprodução sexuada ocorre por meio da cópula. Planárias adultas são monoicas ou hermafroditas, isto é, apresentam os órgãos de reprodução masculinos e femininos no mesmo corpo. Na cópula, dois indivíduos se aproximam, trocam espermatozoides entre si e depois se separam. Posteriormente, em cada um deles, os espermatozoides se encontram com os óvulos produzidos na parte feminina e ocorre a fecundação interna.

Após a fecundação, originam-se os ovos que são liberados na água. No interior de cada ovo, forma-se um embrião que se desenvolverá originando uma nova planaria.

As planárias são os platelmintos mais conhecidos e mais numerosos.

PLATELMINTOS PARASITAS DE SERES HUMANOS

Existem outros platelmintos além das planárias. Muitas espécies conhecidas de platelmintos parasitam animais vertebrados e invertebrados. Do ponto de vista médico e social, a espécie humana é hospedeira de algumas das verminoses mais prejudiciais causadas por platelmintos: a esquistossomose, a teníase e a cisticercose.

Essas doenças sào relativamente comuns onde há falta de condições adequadas de higiene e de saneamento básico. Vamos conhecer mais sobre essas doenças.

Esquistossomose (barriga-d’água)

A esquistossomose é provocada pelo esquistossomo (Schistosoma mansoni). A doença é conhecida popularmente por “barriga-d’água”, porque, nos casos mais graves, o fígado e o baço do doente inflamam, provocando aumento do abdômen.

Ciclo de vida do Schistosoma mansoni

Acompanhe o desenvolvimento da esquistossomose pelo esquema a seguir:

A esquistossomose em números

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2013 existiam pouco mais de 200 milhões de pessoas com esquistossomose no mundo. No Brasil, estima-se que em torno de 2,5 milhões de pessoas sejam portadoras da doença e cerca de 25 milhões corram o risco de contraí-la, com maior intensidade na região Nordeste e no norte de Minas Gerais.

Em 2012, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou a aprovação para os primeiros testes de uma vacina contra esquistossomose em seres humanos. Esta será a primeira vacina contra uma doença causada por vermes do mundo. Espera-se que as vacinas possam ser distribuídas à população em poucos anos.

Teníase e cisticercose

A teníase e a cisticercose são doenças provocadas por algumas espécies popularmente conhecidas por tênias ou solitárias (nome dado porque geralmente há apenas um parasita no hospedeiro). A diferença entre as duas doenças se dá pela forma de contaminação.

teníase ocorre quando a tênia adulta se instala no intestino humano. O ser humano adquire a doença ao ingerir carne contaminada com cisticercos, formas larvais da tênia conhecidas popularmente por “canjiquinhas”, pelo seu aspecto oval e esbranquiçado. Se a carne contaminada for de origem suína, o parasita encontrado é da espécie Taenia solium, se for bovina, a espécie é Taenia saginata.

No interior de cada cisticerco, encontra-se o escólex, uma estrutura usada na fixação do verme ao intestino.

cisticercose ocorre quando o ser humano ingere os ovos do parasita presentes na água ou nos alimentos contaminados. Os ovos liberam larvas, que migram até os músculos, o cérebro ou a medula, onde se alojam formando o cisticerco. Quando ficam nos músculos, os cisticercos geralmente não provocam efeitos graves. No cérebro ou na medula, porém, podem provocar convulsões (contrações musculares dolorosas e violentas}, cegueira e até perda de movimentos de pernas e braços, dependendo do local onde se alojam.

Resumo

As características dos animais platelmintos

Os ciclos de vida de alguns platelmintos

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